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sábado, 20 de setembro de 2008

Rastro

hoje eu me enchi
dum pouco de mim que anda espalhado
por ai
me enchi da ferida feroz
que morde meu corpo
que fura meu coração e me deixa medroso
uma janela aberta assim
embaixo dum telhado sem parede
é uma proteção que me faz um astro brilhando no céu
estrelinha cintilante
que já deixou de brilhar faz tempo
e eu, rastro sem cometa
meti meu nariz onde não fui chamado
e agora me vejo estranho
nesse lugarzinho chamado mundo
espero que, pelo meu tamanho
eu possa me caber dentro de mim
pois não sei se eu me caibo aqui

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