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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Blusa de malha

Escuto, à surdina da noite,
Sussurro e vento que desliza de teu lábio sôfrego,
Espelho da hora que atravessa a angústia
A molhar minha boca com um beijo: presente.
Um bip de mensagem sacia o desassossego,
Convoca-me, me dita o rumo,
O caminho em que irei me perder
Pelos labirintos do teu corpo,
Pelos sabores dessa magia impregnada de suor,
De odor, de pele, de nudez e carícia.
Guardo dessa nossa troca
Um esperar ansioso para que um bip
Surpreenda-me de repente
E, dissolvido, teu cheiro cristalizado
Numa lembrança: teu olhar dizendo satisfação,
Teu repouso sobre mim
E o abraço que ficou no laço do nosso corpo,
E a vaga imagem, em abandono,
Da minha blusa de malha cinza e fria
A registrar a nossa troca de energia
Que acontece, quase sempre,
Num êxtase perfeito.

Um comentário:

Sueli Maia (Mai) disse...

Márcio, fantástica descrição poética.
Teu texto conseguiu me "voyerizar".. sei lá se isto não é um neologismo que faria inveja ao Rosa...:)
Mas foi isto que conseguiste.
Abraços, voltarei.

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