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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Rosa Vermelha

Já foi, indigente, pelas rosas da razão,
sentada, ela, flãmulas caindo-lhe em água,
sal de janeiro,
olhos pequenos lavando pálpebras, ausência.
Foi e permanece, boca silenciada,
com notícias de amanhã
chegando ainda tarde, explosão.
Nessas curvas da sorte, faz-se ainda menina,
lacinho vermelho ornando seu cabelo despenteado
e um desafio repousando
em seus calcanhares, esmero.
Ela anda às calçadas,
anda às avenidas tenras de cansaço
e escuras de vazio,
ela anda procura de seu corpo perdido nessas fontes
sem holofotes, um horizonte atrás de seu semblante,
edifícios de ponta cabeça.
Fois assim, estrela minguante, que ela
desabrochou em canteiros ariscos
pelos cantos de si.
Já foi cortiça, fôlego sufocado, vinho quebrado
por esse sabor tão fel,
agora, ela é aluguel do descanço
que seu desejo manso faz quedar num sol
desses dias vermelhos.

8 comentários:

Christi... disse...

"ela anda procura de seu corpo perdido nessas fontes"

Texto cheio de força,sexy e envolvente ao mesmo tempo. Gostei muito, vim retribuir com carinho e já com dias e dias de atrazo, suas viistas tão expressivas, que gosto muito.

Voltarei sempre, bjs querido
Chris

Quintal de Om disse...

L.I.N.D.O! Super envolvente e intenso como deve ser... e sempre é!

Abraços, flores e estrelas...

Ester disse...

Olá, caro poeta!

seu comentário em meu blog me emocionou!
Sua sensibilidade é
um mar de sensações,
suas palavras nesse espaço
são fortes e suaves, como o vai
e vem de ondas,
lindo balanço!


bjs!

Sueli Maia (Mai) disse...

Oi, querido.

Rosas vermelhas simbolizariam paixões? Amores?
Este corpo é frágil como as rosas?
É um corpo pequenino?

Não importa...
Se te inspira, é o bastante.
Um beijo.

Vivian disse...

...sempre é tão lindo o desabrochar
de uma rosa...

não sei por que me lembrei disso...

acho que foi reflexo da sua
sensibilidade com as palavras.

bjus, lindeza!

Flávia disse...

andar à procura de um corpo perdido...


eu ando à procura de um coração perdido... vermelho e macio, frágil seda acetinada, como uma rosa rubra perdida no meio de ervas daninhas...

Beijo, querido.

Dauri Batisti disse...

As rosas eram da razão, mas eram ausentes; agora são rosas da paixão, desabrochadas em canteiros ariscos, aluguel de descansos. Menina. Menina flor. Menina perdida.

Um abraço

Saara Senna disse...

Muito lindo!
Mas além do belo texto, gostei também do título do blog, "tecer palavras" adorei a criatividade, me chamou bastante atenção rsrrss

Parabéns!

beijos :)

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