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domingo, 14 de junho de 2009

Interregno

Resume os dias passando a alma pelo viés das auroras,
ora cala o verso, ora fala seu mundo disperso
e uma brandura cai-lhe às mãos:
sustenidos vestidos de realeza.
Agora, que minhas mãos conhecem o segredo
de novas invenções, embrulham-se
ao papel amassado – meu anfitrião – sumo doce
escorrendo pelos lábios, sede.
Qualquer linha revela uma súplica de amor,
um amor deixado ao revés, à deriva,
e vem bater nessas ondas de vento
onde o lamento não é mais por falta de procurar,
e sim, por falta de receber.
Quero estagnar minha procura
e fiar minhas horas em pensar o amor
como uma despedida, pois esta,
é iminente aos meliantes
que desprezam a mesquinhez da vida
ilustrada em ornamentos e alegorias.

4 comentários:

Paula Barros disse...

Márcio, tenho lido você com frequência, as vezes vou embora, deixando as palavras se assentarem, para voltar e comentar. Por algum motivo não volto, ou volto e continuo sem saber muito o que dizer.

As vezes tenho a impressão, feito nesse poema, que está falando de outra pessoa, depois passa para a primeira pessoa, não sei se estou equivocada.

Mas não se preocupe de me explicar nada, acredito e gosto desse ler e ficar pensando, ficar inquieta, o ler que instiga a pensar no outro, em mim, nas entrelinhas.

É bom ler e sentir e sair pensando.

abraços, ótima semana.

Quintal de Om disse...

Será que até quando se cala não se faz entender?

Das coisas que se passam pelos dedos finos como fios de cabelos, são também fios de ouro que ornam os raios de sol de todas as manhãs nesse intervalo que se não sorri, chora essa chuva adocicada, assim, desse sumo doce escorrendo pelos lábios.

E nas mãos brandas e brancas, e morenas, amarelas, vermelhas... se guarda um resquício de amor que não vai, mas fica, fica... permanece e navega nessas ondas de ventos que se não forem de Minuano, que seja de qualquer outro que se carregue sonhos até cortar a face.

E a saudade, talvez seja mesmo um ornamento que enfeita o canto dos olhos, assim, de uma forma singela e molhada.

Abraços, flores e estrelas... (não pó, nada de pó! rs)

Paula Barros disse...

Márcio

Gostei da sua explicação e do seu comentário sobre o amor virtual.

Meu escrever é feito a descrição que entendi do seu, as palavras vão surgindo, antes até acordava de madrugada com algo já pronto, hoje já acalmou.

Também ao ler algo fico com as palavras do outro conversando com as minhas e termino escrevendo algo.

abraços

Sueli Maia (Mai) disse...

Oi, querido.
Mas há sons, imagens, falas, silêncios, ventos e sóis de auroras... E os dias passam assim mas os amores e os amadores e os amantes de amores de auroras ou poentes em arrebóis, são nostálgicos e, portanto poéticos.

Mas se há tanto pranto e tanto silêncio e tanto não sber, quem saberia?
Quem saberá desse amor de Poeta?



Então, amigo querido, fala, escreve, grita ou, inversamente, faz como disse a canção de Chico - Que versa os amantas do futuro com escafandristas encontrando um amor guardado em caixas...

Beijos, Márcio.
Fica bem meu amigo querido.
Cuida bem de vc.

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