Acordo cedo
vento derramado sobre o rosto ainda sonolento.
Lençol amassado e as mãos esticadas contra o ar: preguiça.
Minha janela vazia se abre e me escancara o dia,
o café coando invadiu meu esconderijo,
foi quando lembrei que sonhei um sonho bom
e os segredos da manhã se fizeram revelados:
ontem, antes mesmo de dormir, você já tinha me despertado,
agora - talvez feliz - talvez confuso,
só me resta dizer: bom dia!
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
domingo, 28 de setembro de 2008
Para você dormir
Talvez, tão longe e tão perto de mim,
Seus olhos vejam o que eu não consigo ver.
Talvez eu sofra pelo que ainda estar por vir
E me faço, assim, tão distante do amor que nem sequer conheci.
E se pensar assim como eu, então somos dois corações
Perdidos e encontrados por razões inexplicáveis.
Estive pensando: acho que sou cético e creio que também seja.
Mas tenho cá minhas dúvidas,
Pois no dia em que não houver mais exceção para as regras,
Então, teremos a certeza de que o sonho acabou.
Seus olhos vejam o que eu não consigo ver.
Talvez eu sofra pelo que ainda estar por vir
E me faço, assim, tão distante do amor que nem sequer conheci.
E se pensar assim como eu, então somos dois corações
Perdidos e encontrados por razões inexplicáveis.
Estive pensando: acho que sou cético e creio que também seja.
Mas tenho cá minhas dúvidas,
Pois no dia em que não houver mais exceção para as regras,
Então, teremos a certeza de que o sonho acabou.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
E o que é isso?
A face escorrega o vento bate alerta a flecha breca o ombro que para o sorriso foge
E o que é que há? O corpo abandono no sóbrio sobrado cansado vida desmedida
Minha mentira está rouca minha boca está seca minha pele esta madura como parafuso que não se enrosca mais como rosca que não prende a perna desmazelada a boneca calada
E o que é que faz a montanha mudar de casa para proferir verdades sobre nós?
O foco a foto na medida certa a palavra incorreta escreve mais do que o til que acentua a tônica paroxítona do lápis o cartaz que faz o desenho percorrer o fio a fino traçado que laça a imaginação da gente e sente uma vontade de ser somente dono da beleza a incerteza que corrompe a serenidade do virtuoso do real valor que pode ser mais do que o cobre o ouro a prata a ferrugem que corrói o osso da insanidade o beijo o furto o desejo sem razão que dá a única razão de existir somente para sermos mais felizes
E o que é que há? O corpo abandono no sóbrio sobrado cansado vida desmedida
Minha mentira está rouca minha boca está seca minha pele esta madura como parafuso que não se enrosca mais como rosca que não prende a perna desmazelada a boneca calada
E o que é que faz a montanha mudar de casa para proferir verdades sobre nós?
O foco a foto na medida certa a palavra incorreta escreve mais do que o til que acentua a tônica paroxítona do lápis o cartaz que faz o desenho percorrer o fio a fino traçado que laça a imaginação da gente e sente uma vontade de ser somente dono da beleza a incerteza que corrompe a serenidade do virtuoso do real valor que pode ser mais do que o cobre o ouro a prata a ferrugem que corrói o osso da insanidade o beijo o furto o desejo sem razão que dá a única razão de existir somente para sermos mais felizes
domingo, 21 de setembro de 2008
Sempre
Estou vasto e vago
Refém do acaso
Como um afago
Num sentimento raso
Que não aconteceu
Estou à beira de derramar
Miçangas espalhadas
Um veto do meu mar
Faces espelhadas
Pelo destino que me roeu
Estou pronto
Enfim, sorriso breve
Um encontro
E o desejo de que me leve
Para perto do teu abraço
Encontro-me escondido
Nalgum canto sem sentido
E perdido no encanto
De teus lábios
Onde desejo estar
E permanecer sempre.
Refém do acaso
Como um afago
Num sentimento raso
Que não aconteceu
Estou à beira de derramar
Miçangas espalhadas
Um veto do meu mar
Faces espelhadas
Pelo destino que me roeu
Estou pronto
Enfim, sorriso breve
Um encontro
E o desejo de que me leve
Para perto do teu abraço
Encontro-me escondido
Nalgum canto sem sentido
E perdido no encanto
De teus lábios
Onde desejo estar
E permanecer sempre.
sábado, 20 de setembro de 2008
Mariana
Hoje, minha saudade foi tamanha
Vesti o pijama,
Calcei minha chinela
E fiz um colar com alguns anéis
Que guardei de outros instantes
Hoje, a panela queimou sozinha
A comida que tentei cozinhar,
Pois meus pensamentos fugiam e fugiam
Como floquinhos de algodão lançados no ar.
Acho que é saudade,
Acho que é vontade de te abraçar.
Mariana, deixa de manha e vem me visitar
Pelo menos de vez em quando,
Assim, quando eu estiver distraído.
Vesti o pijama,
Calcei minha chinela
E fiz um colar com alguns anéis
Que guardei de outros instantes
Hoje, a panela queimou sozinha
A comida que tentei cozinhar,
Pois meus pensamentos fugiam e fugiam
Como floquinhos de algodão lançados no ar.
Acho que é saudade,
Acho que é vontade de te abraçar.
Mariana, deixa de manha e vem me visitar
Pelo menos de vez em quando,
Assim, quando eu estiver distraído.
Rastro
hoje eu me enchi
dum pouco de mim que anda espalhado
por ai
me enchi da ferida feroz
que morde meu corpo
que fura meu coração e me deixa medroso
uma janela aberta assim
embaixo dum telhado sem parede
é uma proteção que me faz um astro brilhando no céu
estrelinha cintilante
que já deixou de brilhar faz tempo
e eu, rastro sem cometa
meti meu nariz onde não fui chamado
e agora me vejo estranho
nesse lugarzinho chamado mundo
espero que, pelo meu tamanho
eu possa me caber dentro de mim
pois não sei se eu me caibo aqui
dum pouco de mim que anda espalhado
por ai
me enchi da ferida feroz
que morde meu corpo
que fura meu coração e me deixa medroso
uma janela aberta assim
embaixo dum telhado sem parede
é uma proteção que me faz um astro brilhando no céu
estrelinha cintilante
que já deixou de brilhar faz tempo
e eu, rastro sem cometa
meti meu nariz onde não fui chamado
e agora me vejo estranho
nesse lugarzinho chamado mundo
espero que, pelo meu tamanho
eu possa me caber dentro de mim
pois não sei se eu me caibo aqui
domingo, 14 de setembro de 2008
Papel de pão
Hoje pela manhã
Calcei minhas chinelas
Entrei numa camiseta azul
E meti a cara na rua
Andei meus primeiros passos
E vi estampada na cara do dia
Mais uma teimosia
De a vida me sorrir
Agora, fim de tarde
Voltei para casa
E, vestido de saudade
Espero o tempo me levar até você
Para rabiscar
Numa folha de papel de pão
Mais um versinho
Dessa nossa amizade
Calcei minhas chinelas
Entrei numa camiseta azul
E meti a cara na rua
Andei meus primeiros passos
E vi estampada na cara do dia
Mais uma teimosia
De a vida me sorrir
Agora, fim de tarde
Voltei para casa
E, vestido de saudade
Espero o tempo me levar até você
Para rabiscar
Numa folha de papel de pão
Mais um versinho
Dessa nossa amizade
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Lençol em branco
Será que o labirinto da vida
Nos abrirá novos túneis de ligação
No futuro?
Ou será que o sonho do presente
É apenas um sonho que já passou?
Saí no quintal
O sol batendo em minha pele
Aquecendo como um lençol em branco
Numa manhã de quase frio
É a única beleza que consigo aproveitar
Nesse agora.
Desejaria que esse calor me aquecesse
Depois de amanhã,
Desejaria não estragar minha esperança,
Nem me castigar com as lembranças,
Mas a única água que posso beber
É essa que me passa em corredeira
E que vem de encontro a mim.
Nos abrirá novos túneis de ligação
No futuro?
Ou será que o sonho do presente
É apenas um sonho que já passou?
Saí no quintal
O sol batendo em minha pele
Aquecendo como um lençol em branco
Numa manhã de quase frio
É a única beleza que consigo aproveitar
Nesse agora.
Desejaria que esse calor me aquecesse
Depois de amanhã,
Desejaria não estragar minha esperança,
Nem me castigar com as lembranças,
Mas a única água que posso beber
É essa que me passa em corredeira
E que vem de encontro a mim.
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