O silêncio me é um chão
onde brinco meus arranhões,
onde empino meus sonhos
e alço vôo pelas asas das minhas canções de vento.
Da poeira deitada, faço cama,
e misturo meu pijama com coisas antigas
que ficaram num encardido
desses imensos que não consegui desbotar
pelo esquecimento.
Ah, esses meus silêncios gritam em mim!
Gritam e se espalham em eco
jogando xaveco nessas palavras mudas
que vestem, de vez em quando,
uma bermuda de liberdade.
domingo, 31 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Quase nada
Quase nada é sair sozinho
e um menino vestindo pijama
procurando cama para dormir.
Quase nada é um quase frio
despindo o corpo de calor,
um quase abandono pela dor
em pranto de partir.
Quase nada é quase tudo
quando mudo
revelo a palavra pelos cantos
do meu sorriso quase largo
quando meus olhos tristes
resolvem chorar.
e um menino vestindo pijama
procurando cama para dormir.
Quase nada é um quase frio
despindo o corpo de calor,
um quase abandono pela dor
em pranto de partir.
Quase nada é quase tudo
quando mudo
revelo a palavra pelos cantos
do meu sorriso quase largo
quando meus olhos tristes
resolvem chorar.
domingo, 24 de maio de 2009
A semeadura
A beleza é certa que os olhos hão de procurá-la
e qualquer história inventada
é concretizada pela necessidade de mentira de cada um.
No fim, permanece apenas
a verdade do caráter que cada um plantou
pela semeadura da vida.
e qualquer história inventada
é concretizada pela necessidade de mentira de cada um.
No fim, permanece apenas
a verdade do caráter que cada um plantou
pela semeadura da vida.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Candeeiro
E de querer uma casa simplesinha
é que eu fui amassando o barro e,
numa forma, moldando os adobes que edificaram meu lar.
Antes foi um forno a lenha
que presenteei minha mãe para os festejos juninos
aos 10 de idade.
E veio bolo de fubá, e veio biscoito de polvilho
ou fécula de mandioca
e o sabor era mesmo de criança feliz soltando
bombinhas de São João correndo sobre
o olhar da lua e a proteção das estrelas.
As paredes estão mesmo firmes e fica uma janela
sempre aberta que, de vez em quando,
é guardada por taramelas quando a noite cai
e o candeeiro vem alumiar a sala com histórias de saci.
é que eu fui amassando o barro e,
numa forma, moldando os adobes que edificaram meu lar.
Antes foi um forno a lenha
que presenteei minha mãe para os festejos juninos
aos 10 de idade.
E veio bolo de fubá, e veio biscoito de polvilho
ou fécula de mandioca
e o sabor era mesmo de criança feliz soltando
bombinhas de São João correndo sobre
o olhar da lua e a proteção das estrelas.
As paredes estão mesmo firmes e fica uma janela
sempre aberta que, de vez em quando,
é guardada por taramelas quando a noite cai
e o candeeiro vem alumiar a sala com histórias de saci.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Segunda feira
Ontem, a noite estava sono,
madrugada branda
e o sonho espalhado em pano esticado, lençol:
meu corpo deitado reclamando descanso.
Um ziguezague de pensamentos,
a TV muda mendigando atenção
e, sem alento nem pressa,
o sono fugiu, a TV sorriu
e uma xícara de chá me fez companhia...
acordei antes mesmo de sonhar
que hoje era segunda,
dia de feira onde se descobre sorrisos.
madrugada branda
e o sonho espalhado em pano esticado, lençol:
meu corpo deitado reclamando descanso.
Um ziguezague de pensamentos,
a TV muda mendigando atenção
e, sem alento nem pressa,
o sono fugiu, a TV sorriu
e uma xícara de chá me fez companhia...
acordei antes mesmo de sonhar
que hoje era segunda,
dia de feira onde se descobre sorrisos.
domingo, 17 de maio de 2009
Uso X Excluso
A palha se espalha pamonha afora,
mungunzá de milho, doce fubá amolecido.
A palha se abre, telhado de oca,
a boca pitando um cigarro empalhado.
A palha entre tralhas é arte,
as mãos toscas entre vãos
trabalhando os fiapos destrinchados
entrecruzando os fios em tecido.
A palha tece um fim:
é o que foi feito de não abandono.
mungunzá de milho, doce fubá amolecido.
A palha se abre, telhado de oca,
a boca pitando um cigarro empalhado.
A palha entre tralhas é arte,
as mãos toscas entre vãos
trabalhando os fiapos destrinchados
entrecruzando os fios em tecido.
A palha tece um fim:
é o que foi feito de não abandono.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Sobre as inconsistências do ser
Em meio a mil frases brilhantes
não há uma que justifique o caos que
um simples descobrir em sorriso e lágrima
pode causar por estar aqui, agora e adiante no tempo.
Pois que sou perecível como carvão que já fora broto
e sou ainda mais a luz que se expandira
pelas bordas de uma estrela que não existe mais:
aquele centro concentrado de brilho não era eu,
eu era o que ainda sou: um segredo prestes a ser revelado.
não há uma que justifique o caos que
um simples descobrir em sorriso e lágrima
pode causar por estar aqui, agora e adiante no tempo.
Pois que sou perecível como carvão que já fora broto
e sou ainda mais a luz que se expandira
pelas bordas de uma estrela que não existe mais:
aquele centro concentrado de brilho não era eu,
eu era o que ainda sou: um segredo prestes a ser revelado.
Cubos mágicos
A fábula é que as vozes vinham do coração,
uma oração convertida em milagre...
É que de dia, pelo prólogo da caduquice,
se faz mais tênue e veloz
que um cavalgar de alados,
onde, sentados, os meninos brincam
com seus cubos mágicos
e despertam a avidez para as tardes de amarelinhas.
Nessas linhas, meu depoimento
é complemento de ontem à tarde,
quando meu pião se equilibrou
mesmo aqui, na palma da minha mão.
uma oração convertida em milagre...
É que de dia, pelo prólogo da caduquice,
se faz mais tênue e veloz
que um cavalgar de alados,
onde, sentados, os meninos brincam
com seus cubos mágicos
e despertam a avidez para as tardes de amarelinhas.
Nessas linhas, meu depoimento
é complemento de ontem à tarde,
quando meu pião se equilibrou
mesmo aqui, na palma da minha mão.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Aqui (para começar a semana)
Cobrir a rosa com um sorriso
é encher o dia de pétalas de viver,
dedilhar os dedos na canção do amanhã
que o agora somente pretende
irrigar de abraço e encontro,
com esse elo desmedido de querer,
estar e permanecer amigo.
é encher o dia de pétalas de viver,
dedilhar os dedos na canção do amanhã
que o agora somente pretende
irrigar de abraço e encontro,
com esse elo desmedido de querer,
estar e permanecer amigo.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
A carroça
Vem a carroça e passa
levando uma orelha de história
pelas mãos que conduzem as rédeas,
tambores de leite,
busca pelos potes de mel e de ouro
que alimentam um povo.
Vem o doce, o queijo,
uma vontade de sabor que fica
e as mãos erguendo o dia
diante da poeira que fica para trás:
um carrossel de esperança
de amanhãs e fartura.
levando uma orelha de história
pelas mãos que conduzem as rédeas,
tambores de leite,
busca pelos potes de mel e de ouro
que alimentam um povo.
Vem o doce, o queijo,
uma vontade de sabor que fica
e as mãos erguendo o dia
diante da poeira que fica para trás:
um carrossel de esperança
de amanhãs e fartura.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Às vezes
Às vezes sinto um ir embora
jogando fora um tudo de sonhos...
Que a verdade é essa mesma explícita,
um tudo de se esconder,
um pouco de se revelar
apenas paraíso, pássaro preciso
voando livre, verbo conjugado
nesse instante murcho.
Às vezes, o coração é tanto fragmento,
que nem junta mais tanta saudade,
que nem se encontra aberto ou fechado,
simplesmente bate
ao sopro aleatório do viver.
jogando fora um tudo de sonhos...
Que a verdade é essa mesma explícita,
um tudo de se esconder,
um pouco de se revelar
apenas paraíso, pássaro preciso
voando livre, verbo conjugado
nesse instante murcho.
Às vezes, o coração é tanto fragmento,
que nem junta mais tanta saudade,
que nem se encontra aberto ou fechado,
simplesmente bate
ao sopro aleatório do viver.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Lucássia
No acaso das horas,
a cada passo que dou,
encontro teu raso sorriso
desvendando segredos simples.
No aquecer dos instantes
banhei minha alegria
com a fina estampa de teu brilho
como a luz das Acácias
que destilam perfume
de bem querer.
Derramo agora meu encanto
nessa beleza de Lucássia
com uma pressa
quase morna de chegar.
a cada passo que dou,
encontro teu raso sorriso
desvendando segredos simples.
No aquecer dos instantes
banhei minha alegria
com a fina estampa de teu brilho
como a luz das Acácias
que destilam perfume
de bem querer.
Derramo agora meu encanto
nessa beleza de Lucássia
com uma pressa
quase morna de chegar.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Poema de Adeus
Para quem gosta de ausência,
fica a decência
que um dia revelei de minha nudez.
Para quem gosta de sorriso,
fica o que preciso
em mim escasso para transbordar.
Para quem gosta de adeus,
fica uns versos meus
que ainda não escrevi...
fica a decência
que um dia revelei de minha nudez.
Para quem gosta de sorriso,
fica o que preciso
em mim escasso para transbordar.
Para quem gosta de adeus,
fica uns versos meus
que ainda não escrevi...
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Alísio
Um vento alísio
descobre um céu azul,
que revela as estrelas
e varre o seu semblante
com um sussurro de seda
deixando nu
um sorriso transparente
premeditando essa beleza,
toda sua,
que chega com os primeiros
raios do sol.
descobre um céu azul,
que revela as estrelas
e varre o seu semblante
com um sussurro de seda
deixando nu
um sorriso transparente
premeditando essa beleza,
toda sua,
que chega com os primeiros
raios do sol.
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