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terça-feira, 19 de maio de 2009

Candeeiro

E de querer uma casa simplesinha
é que eu fui amassando o barro e,
numa forma, moldando os adobes que edificaram meu lar.
Antes foi um forno a lenha
que presenteei minha mãe para os festejos juninos
aos 10 de idade.
E veio bolo de fubá, e veio biscoito de polvilho
ou fécula de mandioca
e o sabor era mesmo de criança feliz soltando
bombinhas de São João correndo sobre
o olhar da lua e a proteção das estrelas.
As paredes estão mesmo firmes e fica uma janela
sempre aberta que, de vez em quando,
é guardada por taramelas quando a noite cai
e o candeeiro vem alumiar a sala com histórias de saci.

3 comentários:

Quintal de Om disse...

Ah Márcio, que
lembrança gostosa que teus versos me trazem. Quando tempos assim, de Junho e Julho se aproximam, trazem de volta na boca o sabor das pipocas distribuídas nas barraquinhas. Do vinho quente e do quentão. Do pinhão pra descascar, dos doces de amendoim e bolo de fubá. Cresci em meio essas festinhas juninas. Lembranças de criança que todo ano se juntava à tantas outras da rua, compravam papéis de seda e faziam bandeirinhas coloridas pra depois estender os barbantes na rua, amarrando-os nos portões e com uma música ao fundo daqueles radinhos portáteis, colavam-se as bandeirinhas. A vizinhança toda participava...
Enquanto os meninos iam buscar os bambus.

No dia da festa tudo era festa. Enfeitavam-se a rua e se faziam os últimos ensaios da quadrilha."Olha a cobra, Uhhhhhh. A ponte quebrou. Já concertou. Pula brejo Uhhhhhh..."
O noivo fugia, a noiva desmaiava... ah que saudade!

À tardezinha, o fogão de lenha de casa estava a todo vapor. Era o caldeirão de canjica de mamãe, era o da pamonha do vizinho. E o perfume, ia para além do quintal.

Nas calçadas, os menorzinhos construíam balões. E os bambús que abrigavam a extensão da rua toda ja estavam a postos com suas bandeiras e lamparinas penduradas. Já tocava música de são joão na varanda alta do vizinho e o pessoal vinham se chegando com os quitutes.

A fogueira que foi armada começa a dar seus primeiros sinais de vida e de calor. As vezes alcançava os seus 2,3 metros.
As bombinhas estouravam no chão.

Na hora da dança improvisos aconteciam. Quantas vezes não perdi meu par naquela confusão de "Ganchê" e vira, desvira... era um verdadeiro "swing" rs

A minha última, acho que aos 19 ou 20 anos eu fui o homem. Na minha camisa xadrez, meu cabelo preso escondido no meu chapéu de palha e um bigode de papel colado sobre os lábios, fui lá fazer a cortesia de meu par!

Na segunda dança que era de quem quisesse entrar, estava eu lá outra vez, ora mulher, ora homem dependendo do par que eu conseguia arrumar no povão! rs

Bom né?
Se me pedirem uma referência de infância, essa época é com certeza a melhor!
A mais gostosa.
(ah, tomara que esse ano tenha aqui na rua. Tantos vizinhos mudaram, ano passado não teve. Que pena)

Beijo Meu querido... e um algodão-doce pra você!

Sonia Schmorantz disse...

Carinho é plumagem bonita, macia, gostosa de sentir.
Quem dá afeto se fortifica; quem o recebe se acalma,
se tranqüiliza, se equilibra.

Um ótimo final de semana, com muito carinho.
Abraço

Sueli Maia (Mai) disse...

Oi, candeeiro, vagalume vagas ao lume?
Em festas que tem fogueiras, milho, balões...

Terra, cheiro de pamonha fervendo no fogo, milho cozido, batata assada na fogueira e, os fogos queimando e espocando ao longe.

(morro de medo de fogos de artifício)

Beijos, querido.
Saudades dôcê!

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