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domingo, 25 de outubro de 2009

Fome

Dos dias tristes
eu quero a fome absurda
e estrangulada de sorrir...
Eu quero a fome de inventar
paradoxos para tudo
que é absolutamente estranho,
pois minhas tripas contorcem
e abnegam do que eu não vomito,
pois cômico é todo o saber,
triste é toda a certeza,
essa correnteza insensata
defumando a vida
como um incenso que queima
e afasta toda insurreição,
toda rudeza para longe desse fim...
A minha mania mais evidente,
desculpem-me,
é a de enxergar nessa fome
a fé que eu não tenho...
Eu quero comer a fome
imensa do mundo
e me fartar de desespero...

4 comentários:

Beatriz disse...

Intensidade a flor da pele;forte.
beijo beijo poeta

Hugo de Oliveira disse...

Perfeito demais:

Eu quero a fome de inventar
paradoxos para tudo


Show viu...parabéns.


abraços


Hugo

Quintal de Om disse...

Há rastos de lume nos olhos.

De poeira erguida ao redor dos passos;
De gente que se levanta...
E não come
E não dorme
E se consome

Enquanto os dias à beira da água parados
bebem o tranquilo pousar das aves

Enquanto as almas crescem como trigo
dentro de cada gesto e explodem

O fogo devora!
O fogo é isto, no fundo dos olhos.

Abraço, meu querido.

Sueli Maia (Mai) disse...

Mas sabe, querido em dias tristes a alma alimenta belos textos, ironia ou ambiguidade, o belo parece que gosta de dias prádentro.
Mas não estou certa de querer a tristeza como alimento as vezes eu preciso pular e correr e isto é vida, é pipoca, pirilampo é ser criança e brincar de ser feliz, também é poesia.

Beijos, amigo e boa semana

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