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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Porvir

Se agora preencho todo caos
que em mim há,
é porque não sei adivinhar
as órbitas inefáveis desse porvir,
pois todo dia eu morro
uma tarde de inverno,
todo dia eu nasço dessas pedras
que maculam meus pés.
Se agora sou zás pretérito
de um fim de ladeira,
é porque minha pressa
já não me faz mais ir adiante
do meu presente,
tão sôfrego, tão célere
de calar apenas aquilo que
não sei dizer, não por falta de palavras,
por falta do que sentir.

5 comentários:

Erica de Paula disse...

Encanto puro, estava com saudades de vir aqui!
bJos:)

Beatriz disse...

"pois todo dia eu morro
uma tarde de inverno,
todo dia eu nasço dessas pedras
que maculam meus pés."
muito bom isso,finca os pés na na mais pura poesia.
um beijo poeta

IdéiAs nO LiqUidiFicaDor!!! disse...

como seria bom se acordássemos e simplismente tivéssemos certeza do nosso futuro.

Quintal de Om disse...

Sim, tarde de inverno?

E se as folhas já amarelaram, já caíram, as cascas já se soltaram, os galhos já estão nus de si mesmos... Não sobraran as sementes?

As sementes ali mesmo espalhadas no chão.... faça como gosta de fazer com seus gravetos - recolha-as.

Ainda voltarão muitas manhãs de primavera e árvores frondosas fazendo sombra no caminho, aquele cafuné no seu cabelo cor de café... flores preenchendo a ausência desse seu sentir que você acredita ser vazio.

Abraços, flores, sementes e estrelas...

Um carinho em sua face.

Fica bem,
Sam

Sueli Maia (Mai) disse...

Wow...
É primavera!!!
E o porvir da primavera é o verão....Ops!
Mas eu não esqueci que você não é óbvio e em seu porvir você tece o caos.

Você é imprescindível em meu registro, viu?
Fique bem e olhe o sol. Em que direção está?Beijos, amigo.

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