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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

qualquer coisa torta

qualquer coisa torta,
eu mato, verde graveto,
folha no espeto,
um bico de tucano
cutucando o dia...
qualquer coisa torta,
eu capim, seco e rancheiro,
borboletas e esquilos,
tarântulas e grilos,
o abacateiro acatando
minhas ordens de preguiça...
qualquer coisa torta,
eu fico, um riso feliz
com um teco de giz
desenhando sombras
de árvores para eu descançar...
qualquer coisa torta,
eu tolo, um bico de pássaro,
filete d`água,
um romântico pirado
balançando a hora
num banco de praça...
qualquer coisa torta,
eu cato, acato um som,
teto de palha,
cabana espalhando pra perto
o que não tem fim,
o que não estava no jardim,
o que a água não lavou
porque pertencia em mim...

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi Márcio,

... porque pertencia em mim...

Beijos,
Ana Lúcia.

Quintal de Om disse...

Ah, que poema gosto de ser ler!
Versos bons de se sentir!
mais parecem alamedas que fazem zig zag com nossos sentidos, imaginação.

E essa "qualquer coisa"é muita coisa pra quem valoriza as simplicidades belas que existem por aí, por aqui, acolá rs

Aqui, seu cantinho, parece mesmo um banco de praça onde eu gosto de balançar as horas... também! rs

Beijo grande querido!

Dauri Batisti disse...

Ae amigo, passando por aqui para ler suas palavras arranjadas sempre em sonoros poemas, eu abacateio seus versos acatando o que posso, o que colho.

Sueli Maia (Mai) disse...

Colher teus versos é o que mais gosto me dá.
Você natureza-se, poema-se, versa-se em palavras e em verdes.

Abraços, poeta!

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