Sai pela rua vadia todas as vaidades,
e o perfume barato das prostitutas,
e o cheiro de tabaco impregnando de gente
as laterais dessa cidade descomposta...
Nesses botecos, é um viço de manifesto,
calar as injúrias com um gole de cachaça,
um trago no cigarro, desenferrujar o carro
do velho motor a diesel,
é tanta perna pelada, desavergonhada inocência
enchendo de libido
as barbas ainda pretas, outras grisalhas,
alguns fiapos que acompanham os olhos,
a boca cheia de água, o corpo cheio de vício...
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há 6 dias
6 comentários:
o vício é tristeza exalada.
ah a boemia, os exageros, e o lado b da cidade... tudo me parece potencialmente bonito.
E na falta de algo melhor, é dificil não assinar manifestos com cachaça e cigarros...
Eu gosto desse tom em tua poética, Márcio. E sempre que escreves sobre as ruas e as calçadas ele retorna. É o teu olhar que captura cada minúsculo detalhe.
Mas os suores e os cheiros que despertam a libido - ah! isso é um vício dos bons.
Este tema talvez fosse explorado por Bukowski e tu fazes a poesia de uma rosa inocente. Olhares e olhares.
Beijos, amigo poeta.
saudades de ti
Há algo diferente aqui, mais do que o jogo com as palavras e com a sonoridade delas, como em outros seus poemas, há aqui algo mais que me agrada, uma cena.
Um abraço
Oi Márcio,
Um poema forte. De um impacto realista.
Beijos e apareça para um café,
Oi Márcio,
Que bom que foi tomar um café comigo... Gosto de sua companhia. Você é um daqueles amigos valiosos...
Beijos e bom final de semana, espero que possa descansar um pouco...
Postar um comentário