Entre as frestas do mundo,
os gritos profundos
são pedras nas arestas
tristes, nos conflitos -
oblíquos caminhos
da razão de ser...
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Poema nú
As duas sortes que encontrei
transgridem agora a regra
que criou o mundo...
Eu era um elefante
que carregava meu próprio peso,
o silêncio que fabrico
é uma questão de sobriedade.
O branco que vejo na rua,
o olho ébrio da noite,
causam espanto aos acordados...
Súplicas, súplicas - Eu não era ateu,
a fé que me guarda está
estigmatizada na cicatriz
das minhas mãos - são relevos,
trabalho, o ócio não me consome.
Eu tenho fome de de tudo,
tenho fome do mundo, tenho,
absoluto, certeza que visto
uma roupa que não é minha...
transgridem agora a regra
que criou o mundo...
Eu era um elefante
que carregava meu próprio peso,
o silêncio que fabrico
é uma questão de sobriedade.
O branco que vejo na rua,
o olho ébrio da noite,
causam espanto aos acordados...
Súplicas, súplicas - Eu não era ateu,
a fé que me guarda está
estigmatizada na cicatriz
das minhas mãos - são relevos,
trabalho, o ócio não me consome.
Eu tenho fome de de tudo,
tenho fome do mundo, tenho,
absoluto, certeza que visto
uma roupa que não é minha...
domingo, 18 de setembro de 2011
em dias assim
ao meio dia eu faço,
e antes,
um caminho pra rua
onde o passo
é distante,
um grito conflitante
na ira sua
de cansaço...
à tarde,
é crepúsculo
onde ofusco
as linhas tortas
de horizonte,
arrebol de ontem
que desembaço
em linhas tesas
que me equilibro...
à noite,
o céu invade
o berço dos homens
e chama de covarde
quem não teve
hora pra sonhar.
é breve espera
a manhã que
me acorda,
deitar no semblante
o meu dia de sol
e guardar na janela
o instante
que assisto
em dias de chuva...
e antes,
um caminho pra rua
onde o passo
é distante,
um grito conflitante
na ira sua
de cansaço...
à tarde,
é crepúsculo
onde ofusco
as linhas tortas
de horizonte,
arrebol de ontem
que desembaço
em linhas tesas
que me equilibro...
à noite,
o céu invade
o berço dos homens
e chama de covarde
quem não teve
hora pra sonhar.
é breve espera
a manhã que
me acorda,
deitar no semblante
o meu dia de sol
e guardar na janela
o instante
que assisto
em dias de chuva...
domingo, 11 de setembro de 2011
O vira lata
O latido do cão
é uma forma de solidão
que desconheço...
Livre, a rua a aberta,
dois olhos pagam o preço
de uma razão:
fugir pela avenida
sem nenhum tropeço,
a lingua pra fora
reconhecendo a vida -
cigana - embora,
uma cadeia cheia de lida,
cheia de chão
para descobrir o rastro
de algum poste
que ainda não recebeu
a visita de um abandonado...
é uma forma de solidão
que desconheço...
Livre, a rua a aberta,
dois olhos pagam o preço
de uma razão:
fugir pela avenida
sem nenhum tropeço,
a lingua pra fora
reconhecendo a vida -
cigana - embora,
uma cadeia cheia de lida,
cheia de chão
para descobrir o rastro
de algum poste
que ainda não recebeu
a visita de um abandonado...
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Pedras
De quando em quando,
surgirão, no caminho,
as grandes pedras...
A alquimia das coisas -
difíceis estratégias
de vencer obstáculos.
Mas o tecelão não se dobra
diante do pano rústico,
é um céu acústico dizendo
poemas sem sobras -
repletas obras de um vencedor.
Sim, pedras são pesos,
são arestas que devem
ser jogadas fora...
Abrir caminho é virtude
de quem sabe onde quer chegar.
surgirão, no caminho,
as grandes pedras...
A alquimia das coisas -
difíceis estratégias
de vencer obstáculos.
Mas o tecelão não se dobra
diante do pano rústico,
é um céu acústico dizendo
poemas sem sobras -
repletas obras de um vencedor.
Sim, pedras são pesos,
são arestas que devem
ser jogadas fora...
Abrir caminho é virtude
de quem sabe onde quer chegar.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Equivalente
Ser equivalente é estar onde as coisas acontecem, mesmo que tenha andado muito mais para estar. Ou seja, não é teoria filosófica, nem artifício de vencedor. Ex: há duas pessoas predestinadas a chegar em certo degrau da vida. Porém, uma ganhou de início, não importa a causa, um bônus de 400 degraus para largar na frente. A outra partiu do marco zero e conseguiu chegar no mesmo degrau. Agora confundo a cabeça de todos: Quem é mais vencedor nessa história? Não sei, só sei que sou equivalente.
descalço
vai ter uma festa
que eu não danço
vou ficar parado
descalço
apenas lambanço
os dedos no chão
jogando fora
um percalço
para deixar a vida
entrar pela
sola nua dos pés
que eu não danço
vou ficar parado
descalço
apenas lambanço
os dedos no chão
jogando fora
um percalço
para deixar a vida
entrar pela
sola nua dos pés
Antes que eu perceba
Antes que eu perceba,
se esconda de mim,
para que não seja
cedo demais para errar,
para que não seja
tarde demais para acertar...
se esconda de mim,
para que não seja
cedo demais para errar,
para que não seja
tarde demais para acertar...
domingo, 4 de setembro de 2011
fertilizante
entre a telha
e a dor
o céu é humus
que fertiliza
a flor,
verde em sua
ternura...
vermelha
em sua cor...
e a dor
o céu é humus
que fertiliza
a flor,
verde em sua
ternura...
vermelha
em sua cor...
sábado, 3 de setembro de 2011
conhaque
debruço-me no olvido,
atos e tempestades.
suplicam as vertentes
e moram lágrimas
nas pedras, ruas vazias,
na calçada, alma nua
vestindo a fantasia
de um delírio...
era conhaque.
atos e tempestades.
suplicam as vertentes
e moram lágrimas
nas pedras, ruas vazias,
na calçada, alma nua
vestindo a fantasia
de um delírio...
era conhaque.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Setembro
Estive a dor no passado,
aturo depois que não sou no futuro.
Mas agora, me lembro,
estamos em setembro...
Preciso acordar, trabalhar,
ganhar e perder e ganhar
e depois voltar para casa e...
Estive aprendendo... E me lembro,
estamos em setembro.
É hora de dormir, depois sonhar...
aturo depois que não sou no futuro.
Mas agora, me lembro,
estamos em setembro...
Preciso acordar, trabalhar,
ganhar e perder e ganhar
e depois voltar para casa e...
Estive aprendendo... E me lembro,
estamos em setembro.
É hora de dormir, depois sonhar...
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