Escapo dessa sua gruta
vejo um céu de pano
E fosse esse destino sólido
travado e humano
E fosse o desespero
seu tempero forte
para sua lida
Dividir o mesmo espaço
de sagrado e fé
com nervos de aço
Eu sei que vou
eu voo além do tempo
para um lugar
de brinquedo e de vento
A nuvem estampada e leve
preenche o pensamento
Os pés no barro
a mão na lenha
acendendo a vida
A véspera do agora
é esse rebento novo
como uma promessa
Surgindo o futuro:
da parteira pobre,
a nobre criatura.
Eu sei que estou
na cruz de um sentimento
de armas que sou
Na chama de uma vela
revelar a gente
com sua espera
Entre as cercas de um quintal
desnudar a fome
e sair sem eira.
Eu sei que eu vou
na luz de um lamento
anunciar que existo
que sou de carne
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há uma semana
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