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terça-feira, 2 de junho de 2009

Desatinos de um homem molhado

A gota, seca, queria sair, a boca,
Saliva servente sorvendo a saudade com uma demora quase gelada.
Agora é orvalho, doce bolha atulhando os desejos,
Como carcerário da verdade de estar aqui.
A tez embriagada, o vértice intranqüilo,
Esperando visita de derramar em liquidez,
Água, mágoa, lasca de árvore derramando em âmbar,
Sândalo de amor morando vontade,
Lambuzando a hora de esperar...
Que deite num corpo cansado uma preguiça,
E mande embora essa mornez,
E molhe de ânimo qualquer embriaguez,
Pois estou aqui sóbrio e sentindo frio,
Água morna de chuveiro me caindo à pele, o corpo trêmulo,
Meus pelos eriçados de me aquecer.

4 comentários:

Quintal de Om disse...

Que a intranquilidade não inverta a direção do seu suór, nem impeça que lágrimas sejam orvalhos dos teus olhos a se misturar com a água morna do chuveiro, se assim for preciso sentir;
Que o seu perfume-poesia, seja de Sândalo, de qualquer cor, seja perfume de qualquer flor... se espalhe e preencha muito mais que seus pulmões de ar, que fiquem além das paredes do teu quarto,
do teu cômodo-sala-coração, pensamento, saudades de qualquer vontade;
Que o ânimo do teu sorriso pingue fresco sobre sua embriaguês;
Que o seu cobertor sejam os seus sonhos;
E, se ainda continuar a sentir frio e os seus pêlos eriçados não forem suficientes para impedir que seu corpo trema...Eu só queria dividir o meu calor contigo, te fazer abrigo nesse meu abraço "esperando visita".

Fica bem, querido.

Erica de Paula disse...

Ah, mas que palavras gostosas essas diante dos meus olhos...

Lindo poema!

Bjos em teu coração!

Paula Barros disse...

Márcio,

Gosto dessa forma de escrever. Que é possível a quel ler sentir, até se identificar.

bom dia!!!

Sueli Maia (Mai) disse...

Oi, amigo querido, salivas, serventes, servem à digestão, ao gozo, e, bocas úmidas aumentam os desatinos dos homens molhados.

Carinho,

Mai

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