Correr as cordas,
os braços arranhados,
destroçar a aflição e beber o suor,
a força subjugada...
Aqui, outro mundo se comunica,
as vozes galhofam e deita a pele, suma fé.
O coração, átrio, é bobina, um filme stretch,
que guarda, que envolve num invólucro,
válvula escapando às tempestades,
retraindo as garoas que escorreram
face abaixo, um Nilo distante...
Os bagos, fartos bagos debulhados,
grãos silentes silenciando os olhos,
fartando a boca - seiva doce - ingá maduro.
Aqui, a pele escamada é couro curtido,
voa nua a alma
que a nuvem de silêncio semeou caminho afora.
Aqui, submerso em sonhos,
caminham uns pés vestidos de cansaço,
cheios de esperança de chegar,
esmero...
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há uma semana
3 comentários:
Ahhhh, chegará.
Chegará sim e verá que tudo valeu à pena, diante de cada passo dado, calçado ou descalço... Sempre há de se encontrar um caminho onde o esmero se faça por inteiro.
Dos pés à cabeça.
Do corpo ao coração, de qualquer sonho.
Seus poemas andam muito "enigmáticos" ultimamente rs
E se adoro? sim sim!
Bom te ler e ler o mundo em suas linhas.
Márcio, aos poucos vou me sentindo mais a vontade com seus poemas, porque posso apreciar o todo e dizer-lhe esse trecho me saltou e sorriu para mim. Mesmo sem tirar a beleza do todo.
"Aqui, submerso em sonhos,
caminham uns pés vestidos de cansaço,
cheios de esperança de chegar,
esmero... "
Sonhos e esperanças dão asas aos pés cansandos, e nos levam por vários caminhos, acredito, por isso sorrio para esse trecho que me sorriu.
abraços
Oh! meu amigo lindo, falar do átrio, esse lugar que é o centro o âmago cardíaco, o plexo, o tráfego sanguíneo que bombeia ali em azuis e em vermelho sanguíneo, a vida que corre e há vida correndo aqui e há o sangue de um poeta que a cada dia escreve melhor.
Muito, muito carinho e
saudades de teus poemas escritos com no veio de uma poesia de nascença que circula no átrio do teu coração poeta pirilampo, mineiro vagalume.
Fica bem e cuida bem de ti.
Mai
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