Teço a noite calma dentro de mim,
um delírio consome essa febre de amar,
agora – todo ser capricho –
em lufadas e adorno,
que eu me risco como um espelho
prestes a ser quebrado,
dura semelhança de mim
camuflando meu riso triste
em pequenos cristais de fim...
Sou torpe, entorpecimento
de calar apenas o que não sinto,
pois, delgado e leve,
sou víscera desses meus tormentos
donde rasgo meu verbo
num tempo de sutil instante,
têmpora de agora morando
apenas o que termina em reticências...
Minha vida começa onde
termina meu dia. Parágrafo final
de estabelecer meu pranto de espera,
doce e terna madrugada,
meu samba das horas mais tortas,
tombo meu jardim ao baque profícuo
desse encanto que me convida
sempre para dançar...
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há uma semana
5 comentários:
Esse olhar sobre você mesmo em seus textos é o que acho de mais lindo.
abraços
Hugo
Nosso-Cotidiano
Os versos finais são simplesmente encantadores...(reticências são inevitáveis)
beijo beijo
Este é o segundo poema 'reticente' que leio nesta noite.
Horas de baques e entre convites e esperas, a dança reticente das palavras.
Beijos, amigo.
Bom domingo.
...que lindo!
sempre lindo tudo que
vejo em tuas palavras!
brincas com elas como a
criança dominando seus
brinquedos...
beijo de saudades!
O poema é encantador, gramaticalmente encantador...
Um abraço, bom domingo
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