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sábado, 17 de outubro de 2009

Reticências...

Teço a noite calma dentro de mim,
um delírio consome essa febre de amar,
agora – todo ser capricho –
em lufadas e adorno,
que eu me risco como um espelho
prestes a ser quebrado,
dura semelhança de mim
camuflando meu riso triste
em pequenos cristais de fim...
Sou torpe, entorpecimento
de calar apenas o que não sinto,
pois, delgado e leve,
sou víscera desses meus tormentos
donde rasgo meu verbo
num tempo de sutil instante,
têmpora de agora morando
apenas o que termina em reticências...
Minha vida começa onde
termina meu dia. Parágrafo final
de estabelecer meu pranto de espera,
doce e terna madrugada,
meu samba das horas mais tortas,
tombo meu jardim ao baque profícuo
desse encanto que me convida
sempre para dançar...

5 comentários:

Hugo de Oliveira disse...

Esse olhar sobre você mesmo em seus textos é o que acho de mais lindo.


abraços

Hugo
Nosso-Cotidiano

Beatriz disse...

Os versos finais são simplesmente encantadores...(reticências são inevitáveis)
beijo beijo

Sueli Maia (Mai) disse...

Este é o segundo poema 'reticente' que leio nesta noite.
Horas de baques e entre convites e esperas, a dança reticente das palavras.

Beijos, amigo.
Bom domingo.

Vivian disse...

...que lindo!

sempre lindo tudo que
vejo em tuas palavras!

brincas com elas como a
criança dominando seus
brinquedos...

beijo de saudades!

Sonia Schmorantz disse...

O poema é encantador, gramaticalmente encantador...
Um abraço, bom domingo

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