Eu vivo,
indescritível e cego,
onde nem há razão,
vazar a perspectiva sem fim
da minha fotografia
espelhada, e branda...
São as traças e os livros
um jardim inútil,
(nem o centeio do inverno)
canteiro de obras obtusas
que em meu coldre veste...
Ah, o tempo da prisão!
Rumina o verme,
o tempo
que desgasta
essa história
de preguiça e pó...
meu osso encapado
de vertigens...
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há 5 dias
4 comentários:
Dos melhores que li aqui.
"um osso encapado de vertigem"
Duro e atônito.
Belo, Márcio, belíssimo!
abraço, amigo.
É preciso viver, é preciso viver, mesmo com tantas situações ainda há a necessidade de se estender a vida!
Um beijo
Ju
Nenhum jardim é inutil, ainda que não tenha florido, ainda que seja estéril.
Abraços, flores e estrelas...
Onde estás que não te vejo?
saudades, poeta.
Saudades da leveza do menino que a cidade embrutece.
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