gosto do som inverso
a pauta em branco
que não diz nada
gosto
gosto do solavanco
que agosto me deixou
ruminar em giz
o verso
aposto uma nota
num tom marginal
e pintar de concreto
algumas folhas picotadas
ler do avesso
essas letras mal traçadas
negar comida às traças
que a estante
indomada
guarda com sua vaidade
de pretérito
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há 5 dias
3 comentários:
Já disse que também gosto disso tudo... E gosto demais da tua poesia. Abraço, Marcio!
Márcio, a estante sempre ocupada com o peso dos livros por vezes esquece que as traças são leves e podem atacar-lhe a alma. Mas tu, o guardião, atento, escreves
e observas os rumores
do cotidiano. É uma forma mágica de protegê-la, poeta.
Forte abraço,
camarada.
Poesia quase concreta, pintada da tinta de flor espremida.
Muito bom!
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