Onde estava esse encanto,
que agora rio, que agora mora
no meu olhar um amanhã no mundo?
Eu procurei pela procissão do dias,
no olho do entardecer, a sua graça.
E vi, na prece de minhas lágrimas,
esse sentir profundo...
E clamando aos montes, ao solitário
verniz que brotou da alvorada,
esse instante, que antes, dizia nada,
somente espera e esmero de existir.
Mas eis que, ao delgado toque
que premedita um futuro, meu eu
desperta a avidez de seus olhos nús
na verde procura de um sonho...
E tamanho é o que se passa, uma tempestade
fazendo revoada aos dias e noites
formando a dança que se revela
num segredo tão singular.
Eu estava aqui, e estavas aí também.
Em cada canto uma espera, em cada
encontro o desalento - Mas, agora,
no canteiro da paciência
a suma presença revelada de não deixar
partir. Sim, somos a idade do porvir,
o sublime de sermos a cor feliz
de um estar junto, velejar no barco
um mar de possibilidades pois,
sem o tolhimento de um desencontro,
somos o infinito na seiva de um sorrir...
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há 6 dias
2 comentários:
Gostei do seu blog, meu querido !
aqui tem poesia da boa ...
abraços !
Lindos poemas! Parabéns.
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