Trago no bolsos
festas de ontem,
a lembrança doendo nos ossos do
tempo
como osteoporose
que trinca o agora com a vida
gasta.
Meus ombros, minha sola,
meus bottons de prender
lembretes
se misturam com a ferrugem
de meu riso
e la longe, num horizonte
imaginário,
traço as linhas
do meu caminho rodeado
de objetos, e tato - e gente -
e velharias
que conservei intactas
aqui, na algibeira do meu
presente,
para me fazer saber
que não sou nuvem dissipada,
mas o extrato dessas coisas
todas,
ainda que perecível aos
movimentos
de rotação e translação da
terra,
mas sedimentado
pela integridade do que me fiz
em carne e história.
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