Na rua a espraiada de um tempo de cão...
Ao longe o mugido de um agora esquecido
ressoando a tristeza de dia sem pão.
São trincheiras e frestas de um livro lido.
A poeira já calcou nos pés dos seus marujos
a hora sem rumo que de dia desola,
as mãos de barro com seus dedos sujos
dissuadindo a fome de miséria e esmola.
Ferrugens, rodas de moinho, carro de boi...
Condolências para além desse asfalto,
a estrada rachada de pedregulho que se foi
colhendo saudade nessa cerca que salto.
Os sonhos que se escapam das mãos
Como bodoque atirando pedras na distância
Retrocede o prelúdio dos ventos sãos
que amarram a palavra engolindo sua ânsia.
A chuva fere esse chão de enredo,
fere como neve que chora a alma da inocência.
Carroça de carregar coragem e dissipar cedo
o medo de deixar para trás essa evidência.
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