Sabe mesmo a idéia de tudo,
cair sob os tentáculos
da curiosidade.
Sabe, ademais,
sobre esses refluxos
morando a desventura dos papagaios
e a célebre inconsistência
dos morcegos,
que nada ouvem - a tatear
geografias na escuridão.
Nada mais a dizer
nem a escutar
nem configurações
de marchas memoráveis no capítulo
auditivo do dia
apenas o que se revela
nesse casulo vazio de borboleta
morando um silêncio sem fim.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
Considerações sobre o anoitecer
Antes que anoiteça
traga-me histórias pra dormir,
vê nos olhos dela (a rotação)
que apaga a tarde com sua cortina
crepuscular.
Entregue às crianças as cirandas
nos quintais,
coachar de sapos e silencios
quebrados com a euforia dos grilos.
Antes que anoiteça,
receba a miudeza das coisas,
pinte uma aquarela,
invente paisagens
com essas nuvens no céu.
Receba mesmo os aplausos
de uma vida cirúrgica,
com a tecitura dos versos
que se desenham todo dia
quando o sol se põe.
traga-me histórias pra dormir,
vê nos olhos dela (a rotação)
que apaga a tarde com sua cortina
crepuscular.
Entregue às crianças as cirandas
nos quintais,
coachar de sapos e silencios
quebrados com a euforia dos grilos.
Antes que anoiteça,
receba a miudeza das coisas,
pinte uma aquarela,
invente paisagens
com essas nuvens no céu.
Receba mesmo os aplausos
de uma vida cirúrgica,
com a tecitura dos versos
que se desenham todo dia
quando o sol se põe.
Prosa morna
A palavra que procuro
é a mesma epifania de ontem
regada com a fluidez
de verbo e predicado.
Procuro a efervescência
nesse agora de evasão,
nessa bulimia de versos
e nada encontro.
Minhas imagens estão todas vivas,
vivas demais nesse coração
de barro,
nesses meus olhos
de tirar fotografias.
Se revelam quase sempre numa prosa
morna, mas que ainda
não é digna de ser poesia.
é a mesma epifania de ontem
regada com a fluidez
de verbo e predicado.
Procuro a efervescência
nesse agora de evasão,
nessa bulimia de versos
e nada encontro.
Minhas imagens estão todas vivas,
vivas demais nesse coração
de barro,
nesses meus olhos
de tirar fotografias.
Se revelam quase sempre numa prosa
morna, mas que ainda
não é digna de ser poesia.
domingo, 19 de outubro de 2014
A onomatopéia dos lírios
Saio à rua,
a ladeira abrupta constrange as pernas.
Saio e recebo o ar
que vem morar meus pulmões
com suas siglas e pecados.
Vem preencher de céu
e alumbramento - vem admoestar-me
de gente, com delírios.
E na alameda dos doentes,
ladear com lírios
a fotografia branca do meu dia.
Saio sem conduta,
calçada descontando
nas minhas solas
essa amputada fração de tempo
que fica tatuada no cimento
com esses passos que deixo.
Saio à rua
conferindo a sombra
que o sol desenha
da silhueta do meu corpo.
Não se revela sorriso.
Não.
Apenas escreve minha caricatura
no chão, que é onde me deito,
ao me construir no mundo.
a ladeira abrupta constrange as pernas.
Saio e recebo o ar
que vem morar meus pulmões
com suas siglas e pecados.
Vem preencher de céu
e alumbramento - vem admoestar-me
de gente, com delírios.
E na alameda dos doentes,
ladear com lírios
a fotografia branca do meu dia.
Saio sem conduta,
calçada descontando
nas minhas solas
essa amputada fração de tempo
que fica tatuada no cimento
com esses passos que deixo.
Saio à rua
conferindo a sombra
que o sol desenha
da silhueta do meu corpo.
Não se revela sorriso.
Não.
Apenas escreve minha caricatura
no chão, que é onde me deito,
ao me construir no mundo.
Assinar:
Postagens (Atom)