Saio à rua,
a ladeira abrupta constrange as pernas.
Saio e recebo o ar
que vem morar meus pulmões
com suas siglas e pecados.
Vem preencher de céu
e alumbramento - vem admoestar-me
de gente, com delírios.
E na alameda dos doentes,
ladear com lírios
a fotografia branca do meu dia.
Saio sem conduta,
calçada descontando
nas minhas solas
essa amputada fração de tempo
que fica tatuada no cimento
com esses passos que deixo.
Saio à rua
conferindo a sombra
que o sol desenha
da silhueta do meu corpo.
Não se revela sorriso.
Não.
Apenas escreve minha caricatura
no chão, que é onde me deito,
ao me construir no mundo.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há 6 dias
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