A poesia é uma ira
e não rima com nada
senão absurdo
que não é o som que um mudo vê
nem a imagem que o cego escuta
nem o tato que o nariz sente
nem o cheiro
dos olhos de uma flor
derramado em lágrimas.
A poesia é um verbo
contínuo que está
em tudo isso junto e invertido.
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