Tinha qualquer coisa de convencional
Aquelas coisas todas, qualquer coisa de normal.
Por tantas vezes, pergunto: o que é normal?
Que há por aí de tanta casca de cebola seca, descascada?
Quando que o sumo forte é que faz chorar,
É que derrama lágrima pela face, outra vez, essa mesma face que se ilude.
Estava lá, todo caracol, estava lá, toda debruçada...
Assim mesmo é que se desenha a realidade, perguntas:
Hoje, somente hoje é que o frio doeu a espinha
Mais que todas as vontades de nitidez.
Essa nitidez camuflada, que os olhos enxergam
Além do próprio escuro em sombra, pois
Luz, ah, luz de verdade, apenas quando a dor enxerta,
Apenas entra carne adentro, sentindo, sentindo...
Como assim, cidadãos? A loucura, a visão, a lucidez
É feita de cegueira, não a cegueira dos olhos, mas a cegueira
Do que se planta na alma. Aqui jaz uma verdade que, outrora,
Era somente o que era: era apenas o rupestre se desenhando
Pelas vontades mais inerentes, sem vestir qualquer coisa de vaidade.
Perguntas? Não. Respostas? Não.
Apenas uma lápide que inscreve a verdadeira beleza
De quando nos damos por sermos quem verdadeiramente somos:
Um monte de carne vestindo um monte de ossos,
E ambos vestindo uma existência,
Que pode ser pífia ou não, dependendo de como preferimos
Andar por aí nos vestindo de ilusões ou simplesmente
Caminhando em nudez.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há 6 dias
4 comentários:
Quando se anda por caminhos estreitos ou ainda mais laboriosos, mesmo que haja panos finos ou simplesmente rústicos deixando com que os espinhos arranhem a pele e se enrosquem pelos linhos tingidos e trançados.... há de ser sempre muito amis imprtante caminhar com a alma nua, mas vestida de verdades. Verdades que nos pertencem, que fazem parte daqueles que cruzaram nossos caminhos tantos e das que compartilharemos sempre com tantos sorrisos e lágrimas mais.
é caminhando e seguindo assim, sem deixar de sonhar e deixar sempre a luz do sol brilhar no céu do seu, do meu, do olhar de todos nós.
Sempre podemos mais!
Beijos amor meu!
Lindo poema!
Que jogo de palavras maravilhoso!
Bjs :)
"...Um monte de carne vestindo um monte de ossos,
E ambos vestindo uma existência...
De parte do seu ser, tiraste tão profunda reflexão?
O que é a vida, senão essa realida nua e crua....
Oh, mundo vasto mundo!
Beijos e carinhos
Uma roupa de gala. Uma pele bonita. Um homem maduro. Um poema com jeito de ser grande. Um poeta grande e um poema belo.
Beijos,
Mai
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