Feed

Assine o Feed e receba os artigos por email

quinta-feira, 3 de junho de 2010

as palavras...

volto agora à inocência dos dias,
minha alma cheia de som
argumentando com as névoas
esse universo branco de estrelas.
as palavras escapam do meu corpo,
mãos, olhos, ouvido, pele e coração.
é como se uma sinfonia de letras,
de versos, sinestesia,
catacrese, metaforismos espalhados
por toda parte...
é como se as cordas fossem
um badalo de sino tilintando
em meus tímpanos estampando
no papel as notas da minha palavra...
batendo no descompasso do meu coração
esse amor ao avesso
de banhar o feio com meus olhos
e enxergar ali apenas poesia.
por que me sinto um pássaro
e uma grade ao mesmo tempo?
tenho no desvelo das horas
minha fúria atemporal,
têmpora deselegante
colhendo do instante
as botas velhas
que ninguém usa mais.
um pé na contramão do mundo
uma folha à deriva do vento
uma boca cheia de sede
descobrindo nos sorrisos
a abundância da vida,
minha mão sem direção,
meus dedos cheios de teclado
constroem agora o que eu sempre fui...
alguém que mistura palavras,
e a responsabilidade do sentido
fica por conta de quem as lê.

2 comentários:

Quintal de Om disse...

Vem, assopra. Pra esparramar no azul tua vontade de céu, que depois tudo se aquieta por dentro... ou não! rs Faz mesmo essa festa que eu mais do que nunca estou adorando sentir por aí e que, inevitavelmente, se achega por aqui e se aconchega. E nesse vício de sorrisos, a lua inteira entra dentro de casa e sorri bendizendo a chegada de uma nova estação... Pq daqui, é o que se avista daí, é o que parece aí rs. No peito uma batucada de gestos delicados e a delicia de descobrir nos olhos, uma crença rendada de jasmim, ou de estrelas, versos... todas as palavras. Uma religião de afeto, um encontro com a vontade de ser. Uma mão estendida no meio da tempestade. A paz é escolha de quem se recolhe pra acolher em passos leves. Só mostra a explosão no arrepio do corpo, no seu tilintar dos sinos, das violas, desse amor ao avessos que, seja lá qual for, como for, faz mesmo os póros abundarem sorrisos e vida em poesia. Sensação de gorjeio de passarinho no galho logo cedinho, querendo contar e espalhar seus segredos em palavras, mas cantadas, assoviadas! Essa forma de sentir sem toque. Essa sensação de que se a vida terminar hoje, amanhã tudo continua como antes. Finge ser criança no meio da guerra e aprender que quem tem a alma nos olhos e o coração na mão, sempre encontra uma saída e que "um pé na contramão do mundo" é só uma forma alternativa de se fazer notar a beleza simples da vida nos olhos seus, por aqueles que vem e estarão por vir, pois inevitavelmente, será na contramã- que cruzarão o seu caminho de estrelas e palavras cintilantes.

Abraço, beijo, flores e estrelas... gravadas no seu coração e numa folha de papel...;-)

Beijo meu menino, meu querido!

Como adoro sentir essa sua luz!

Sueli Maia (Mai) disse...

E as sabes tão bem e as sopras e elas cintilam no azul.

gostei deste, Márcio.

Beijos, poeta.

Arquivo do blog