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domingo, 13 de junho de 2010

Veneza

serás assim,
na plástica de tua arte,
no artefato de tuas rimas,
no citoplasma de teu poema,
na candeia acesa
de tua poesia,
a arte colhida
de uma ruína pela rua,
pelos lábios sem cafeína,
o coração selvagem
nesta janela aberta
sustentando uma parede
sem reboco cheia de tijolos,
possível na teu trato
com as palavras,
no trato de teus olhos
com as belezas
ainda perdidas repletas
de avenidas, de gentes,
de pontes, viadutos,
indulta verdade
de teus olhos de Veneza...

Um comentário:

Lílian Alcântara disse...

os poemas me arrematam pelas palavras. As palavras que eu não uso, e não usaria, não da mesma forma. O poema é a escultura das letras, pode-se transformar qualquer palavra em coisa que ela não é. E cada vez que leio versinhos que edificam novos conteúdos pras mesmas palavras de sempre entro em transe, em trânsito, transito entre dois lados, o dentro e o fora, de mim.

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