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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

trem periférico

Sentada neste banco,
marcada de estrada e pó,
a vida de fúria
vestida de branco
desatada de nó.

É uma estação de madeira,
um trilho de ferro,
uma pequena maneira
de dissimular
o nada que espero.

Encontrei um pretérito
no meu dia de sombra,
um atalho profundo
nesse trem periférico
para meu sonho de mundo.

E em mim zombam
as sacolas e os papéis
espalhados na janela,
um pileque e um surto
nesse curto espaço
de sentinela...

Sim, sinto nela
o veneno,
a espuma borbulhante
nessa xícara de instante
sendo o café pequeno

que as minhas órbitas
e esferas esfregam na rua
a inquietação que me consome
pelo caótico itinerário
de procura e fome.

5 comentários:

Anônimo disse...

A vida passou por seu poema, diante de nossos olhos, através dos trilhos. Às vezes fica algum gosto, outras, nem isso.

Ótimo poema!

Beijos.

Vivian disse...

...êita trem que tanto
demora a chegar!

e eu aqui de malas prontas
sem me cansar desta espera,
que sei irá me levar por
caminhos tão sonhados
onde o meu amor está...

smackssssssssss, coração!

Quintal de Om disse...

Ando cansada dos trens, mas não das paisagens que dele avisto todos os dias... iguais!

beijo meu

Quintal de Om disse...

Do trem... senti sua falta na minha paisagem. Bem como do seu sorriso na janela.

meu beijo pra você, querido!

Sueli Maia (Mai) disse...

É o trem da vida.
Ee a vida empoeira a pele, e o branco das vestes.

beijos, poetamigo

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