Há qualquer coisa deselegante
sem a importância do nexo
que anda pela rua...
O beco que esconde a malícia
no gingado da malandragem
do gueto.
Há qualquer enfeite de lantejoulas
ornamentando a véspera
de uma quaresma.
A alegria de uma gente
sem premissa de interesse
nem pauta para embasar o riso.
Há qualquer coisa triste
que embeleza mais que
o melindre de uma culpa.
O sujeito de mãos sujas
que limpa sua honra levando
o pão pelo mérito do trabalho.
Há qualquer salário
financiando o direito de muita gente
a viver muito com pouco.
O desgosto salgado com suor
e o brinquedo fabricado
em folhas velhas de jornal.
Há qualquer criança
nos fazendo lembrar
que o futuro ainda não chegou...
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