Matéria:
palma, assunto, parto.
Esfera que recobre o invisível,
seiva e cobre.
Teia de fios de arame,
tela de cicatriz,
rio partindo o olhar
que a moldura não esconde,
nem mostra.
Matéria:
veia aberta, verte
as ruas de minha alma,
amém, antes
que eu queira morrer
me vem à tona.
Sobretudo,
a veste que me doma,
sobre mim, Netuno
com seus cachos
de água derramando
a mente dos abstratos.
Ergo a língua, soletro:
ma-té-ria.
Mater, êxito de vida
e morte, maternal
abundância de tudo e nada,
breu que acende
a luz dos pirilampos.
Matéria,
existir denuncia
o que é breve:
floco de neve se dissolve
em evo.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há uma semana
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