Andar na pista nu
Na noite muda
Onde a vista alcança
Conversando com o silêncio
Vestir as lágrimas da lua
Que servem como lembrança
De um dia que já passou
Beber o sereno
Para saciar a sede de embriaguês
Colher um sorriso desamparado
Que é só um anfitrião da madrugada
E que tem como melhor amigo
Um vira-lata cortez
Desses que assassinam a sorte
Seguindo um rastro desventurado
Estou limpo da verdade
Que persegue o lúcido pelas abas do dia
Estou vômito
Estou sóbrio
E tenho como companheira
A deselegância de morar na solidão
Um comentário:
Oi Márcio, será que essa deselegância, não seria companheira de todos nós, em muitos momentos de nossas vidas? Penso que as vezes, mesmo em um numeroso habitar, permanecemos sós.
Gostei de ler a dualidade em teu poema.
Estar vômito E estar sóbrio
Estar só E estar bêbado-vômito...
Muito bom!
Voltarei
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