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sábado, 15 de novembro de 2008

De fundo branco

Andar na pista nu

Na noite muda

Onde a vista alcança

Conversando com o silêncio


Vestir as lágrimas da lua

Que servem como lembrança

De um dia que já passou

Beber o sereno

Para saciar a sede de embriaguês


Colher um sorriso desamparado

Que é só um anfitrião da madrugada

E que tem como melhor amigo

Um vira-lata cortez

Desses que assassinam a sorte

Seguindo um rastro desventurado


Estou limpo da verdade

Que persegue o lúcido pelas abas do dia

Estou vômito

Estou sóbrio

E tenho como companheira

A deselegância de morar na solidão

Um comentário:

Sueli Maia (Mai) disse...

Oi Márcio, será que essa deselegância, não seria companheira de todos nós, em muitos momentos de nossas vidas? Penso que as vezes, mesmo em um numeroso habitar, permanecemos sós.
Gostei de ler a dualidade em teu poema.
Estar vômito E estar sóbrio
Estar só E estar bêbado-vômito...
Muito bom!
Voltarei

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