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domingo, 22 de novembro de 2009

Esmerando

Trouxe dos trôpegos
uma bagagem de viagem.
Trouxe cansado, ato inefável
que o dia calcou com o que foi derramado...
Foram todas as portas abertas,
as velas acesas, o corpo morno
trazendo lembrança guardada num abraço
que o tempo vil deixou distante.
Foi um vento brando, um casulo fechado,
homenagens configuradas
num aperto de mão...
Estava um dia de sol,
estava fugidio o desdém pelo estranho,
tão medonho é esse álbum
de figurinhas tão cinzas, tão transparentes,
e um tapete dormente
deitando a fé mais recíproca
das convenções humanas...
Ali deitado é um cimento frio,
é uma parede molhada, musgo e lixo,
é uma mala envelhecida de tanto carregar...
Ali sentado é um chão de apoio,
é o joio esmerando um pouco de paz...

6 comentários:

Quintal de Om disse...

Ali deitado, é tambem estar a um passo de se sonhar.

Beijo meu

Quintal de Om disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Beatriz disse...

"Ali deitado é um cimento frio,
é uma parede molhada, musgo e lixo,
é uma mala envelhecida de tanto carregar..."
lindos versos, eles carregam sentimentos inteiros.

beijos poeta

Sueli Maia (Mai) disse...

Inteireza e estranhamente esmerando em versos trôpegos. Você é diferente quando inventa de tecer palavras trôpegas em poesia.

Beijos, amigo.
Fica bem.

Katrina disse...

um chão que some, mas apoia

Quintal de Om disse...

Não houve fim, talve nem haverá...
E deitado, tenha ficado apenas um suspiro de cansaço e um abraço que não se quis perder.

Tavez...

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