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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

faca amolada

"e o cão observa
o seu passar com seu olhar de vidro,
tão carente, como que pedindo um afago"...
e a fé é cega
a faca amolada
e, de tudo isso em mim
que vai embora,
guardo nas mãos
um remorso de saudade
que faça com que o dia
passe logo...
são pessoas de mim,
de ti, perdidas por aí
nessa áurea sem fim,
laços de instantes.

4 comentários:

Zélia Guardiano disse...

Bravo!
Poema lindo demais!
Adorei, meu querido...
Forte abraço!

Quintal de Om disse...

São fatias os instantes que o tempo costura com agulhas bem desenhadas dos dias.

E toda a consistência que nem a faca mais afiada, mais amolada é capaz de lacerar.

Mesmo que a solidão do mundo seja o açougue desses tempos modernos.

Gostei, e muito!
Beijo querido.

Anônimo disse...

Coisas, pessoas perdidas de nós... bem verdade, meu amigo!

Beijo.

Sueli Maia (Mai) disse...

"Fé cega e faca amolada" - lembrei de uma música que a Elis Regina cantava...
O olhar de vidro e carência ficaram em minha mente.

São imensas as carências...

beijos, Márcio.

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