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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Apanágio

Pelas estradas abertas que soerguem os dias
Não posso mais que caminhar.
Que tenho de sonhos tão abertos?
Que tenho de alma nua, com nua é a lua que me guia?
Que esses passos conduzam a alguma solidão,
Pois esta, que me guia pela noite, que me alivia de vanguardas,
É que me trás a morte da miséria, da mesquinhez.
Pois que agora, sem sombra nem ramos caídos,
Sem ferrugem nem cal carcomida,
Dessas veias abertas por onde corre meu sangue,
Por onde corre o vermelho dos meus dias,
É que se faz a aurora da vida.
E ela vem sorrindo num olhar de garoto,
Vem apreciar as coisas tortas que o acaso não mostrou
E regar uma horta de amores,
E jogar no brejo o dissabor de não tentar, sequer, descobrir.

4 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

'Apreciar as coisas tortas que o acaso não mostrou...'

Nem tão tortas quando as poemas em 'apanágios'

E sob a claridade da luz de teus olhos e na beleza das palavras que consegues 'tecer'
O mais belo apanágio temos aqui.
Escrito com amor
Por um amor.

Beijos,
querido.

És muito, Márcio.

Fica bem.
Carinho, sempre.

Ava disse...

Bom dia!
Ando precisando de uma "horta de amores"
A minha secou...rs
Lindo o seu texto!



Beijos avassaladores!

Quintal de Om disse...

O seu sorriso é que se faz aurora dos meus dias.

Abraços, flores e estrelas...

Cris Animal disse...

Linda poesia Márcio!
Tendo a lua como testemunha é impossível não ficar nu diante do caminho, dos sentimentos, das lembranças, dos pensamentos, de tudo que somos e sonhamos.
Lindo
beijos
...........Cris Animal

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