Pelas estradas abertas que soerguem os dias
Não posso mais que caminhar.
Que tenho de sonhos tão abertos?
Que tenho de alma nua, com nua é a lua que me guia?
Que esses passos conduzam a alguma solidão,
Pois esta, que me guia pela noite, que me alivia de vanguardas,
É que me trás a morte da miséria, da mesquinhez.
Pois que agora, sem sombra nem ramos caídos,
Sem ferrugem nem cal carcomida,
Dessas veias abertas por onde corre meu sangue,
Por onde corre o vermelho dos meus dias,
É que se faz a aurora da vida.
E ela vem sorrindo num olhar de garoto,
Vem apreciar as coisas tortas que o acaso não mostrou
E regar uma horta de amores,
E jogar no brejo o dissabor de não tentar, sequer, descobrir.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há 6 dias
4 comentários:
'Apreciar as coisas tortas que o acaso não mostrou...'
Nem tão tortas quando as poemas em 'apanágios'
E sob a claridade da luz de teus olhos e na beleza das palavras que consegues 'tecer'
O mais belo apanágio temos aqui.
Escrito com amor
Por um amor.
Beijos,
querido.
És muito, Márcio.
Fica bem.
Carinho, sempre.
Bom dia!
Ando precisando de uma "horta de amores"
A minha secou...rs
Lindo o seu texto!
Beijos avassaladores!
O seu sorriso é que se faz aurora dos meus dias.
Abraços, flores e estrelas...
Linda poesia Márcio!
Tendo a lua como testemunha é impossível não ficar nu diante do caminho, dos sentimentos, das lembranças, dos pensamentos, de tudo que somos e sonhamos.
Lindo
beijos
...........Cris Animal
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