A palavra é como uma seta
que voa na direção do infinito
rumando indefinida para o alvo,
a tábua com sua inscrição
romântica de para sempre,
mas acertado ou não,
o que fica é a sensação
primeira que ofusca o olhar
como uma centelha
na iminência do sorrir...
A palavra não é a dor derradeira,
é como um encontro
de desconhecidos, onde
permanece apenas o lustre
da boa apresentação.
Mas palavra, sim, é uma questão
de interpretação,
uma folha leve varrendo o vento
para um olhar distraído,
uma libido desembrulhada,
um toque que alcança
a alma.
A palavra serve mesmo
é para desengavetar saudade
ou espantar a raiva
para outros quintais.
Xingamentos, meu bem,
também são terapias
que nos esvaziam para dentro.
A palavra deve sempre ser nua,
mas sempre vestida de imaginação
e ornada de verdade,
pois quem a diz é sempre
um bom mentiroso.
Por isso, não dê atenção
às palavras soltas ao céu
pela boca infeliz,
verifique o que elas dizem
dentro do coração.
Ah, comece pelo monossilábico
silêncio de um olhar...
sexta-feira, 11 de março de 2011
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3 comentários:
Suas palavras são inteligentes.
abraços
adoro palavras sinceras rasgadas de verdades mas as vezes só um olhar basta!
Ótimo!
Bem dito.
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