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sábado, 14 de maio de 2011

a ponte

a rua morde as rodas emborrachadas
e cavalos de ferro relincham
a pressa numa fobia quase santa.

e são tantos vagalumes vermelhos
alertando a noite - e num rumor -
quebram o cansaço num bocejo de silêncio...

ah, a senhora! a senhora escarlate!
e ornamenta o seu lábio
com um rubi de liquidação,
a cera onde escorregam os beijos de ontem.
O
a porteira que avista os homens,
dependurada, pêndulo inerte pelo céu cinza,
é uma estrela que chora sangue,
inibindo essa libido,

é um girassol que premedita,
num crepúsculo, essa linha de chegada,
que refloresta esse ímpeto de partida.

e o fim do dia é uma ponte distraída
que liga as duas partes da vida pelas margens
e é sonho, lida, carrossel de ilusão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Belíssimo elo poético que vc construiu, Márcio!

Beijo.

Juliana Matos. disse...

..é a vida correndo contra o tempo por uma ponte que corta a estrada de nossas incertezas e certezas!
Muito bom!
Sempre!
Ju

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