Meu logro é meu turvo caminho,
Abíguo na ambivalência do dia
Esse caminhar sozinho
Eu tenho a alma rígida,
E tanto, e tal modo, que um espanto
Eriçam meus medos, pelos e libido
Quando a tarde cai,
E as moças bonitas passam
Com suas pernas nuas,
É o esmorecimento da minha carne flácida
Buscando razão e tormento
Eu as vejo passar
Com olhar de sumiço
Pois minha vista alcança
Onde as vestes não mostram
E são vestígio e sobra
Minha alma é tesa,
Meu corpo é um rio que aflora
E rubra a sede, e turva a demora
Minhas mãos são dois olhos ávidos
Pela textura macia que dorme em minha boca
(senhora e menina) pura e louca
Que me arrebata e prende
Depois, sou o quebranto
Que se abate nessa minha vida cheia de gozo e vício.
terça-feira, 22 de março de 2011
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4 comentários:
Então rapaz! você vai seguindo com os olhos de poesia, traçando poemas e a vida, a vida fica melhor tecendo palavras, sim.
Um abraço
Olhar de sumiço... que imagem poética linda!
meu corpo é
um campo minado
prestes a explodir
e meus dois olhos
são estilhaços
fulminando o instante
quando, cravado
é um respiro
mais ofegante
no meu mediastino,
revelando de solavancos
o elixir viciante
do gozo
que gozo,
num (des)encontro
qualquer.
Rapaz, vi um poema seu lá na página da Larinha, no Facebook, e vim conferir aqui... Não perdi a viagem. Muito bons seus textos! Voltarei sempre.
abraço!
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