é desnecessária
a fuga, a rua limpa,
tudo.
é desnecessária
a pedra indesejada,
o tropeço, 
a queda.
é desnecessário,
meu deus, 
o rapto,
o deslize.
é desnecessária 
a ruptura,
zeus no calvário.
quem capta,
quem me interfere,
difere, me rapta.
é desnecessária
a pintura
ainda morta.
a tela manchada
de tinta vermelha,
e cacos de telha
espalhados.
é desnecessária
a preguiça,
a vontade
que enguiça.
quem, puta moderna,
na derme da minha pele
amputa a palavra,
me compra, me vende,
quando ainda vejo
na vela que não acende,
a lágrima 
vertendo 
no imperceptível?
terça-feira, 1 de março de 2011
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2 comentários:
..entre tantas necessidades que imperam!
Boa reflexão Márcio!
Ju
Mas a palavra é necessária. E a possibilidade de expressá-la!
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