Senta-se no banco,
Olhar desconfiado.
Sua boca derramando água,
Seus olhos de sal,
E o encontro da solidão,
Um pedaço de pão amanhecido
Com o vento que balança
Os brotos e as brácteas
das flores e capim crescido.
O tálamo da labuta
Estendido no chão,
Grosso e rude,
Embrulho que rege a vida cotidiana,
Homens armados de consumo.
Boca e pele, sede...
Argue uma dor,
Peito confuso e dilascerado,
Boca e pele, suor...
Olhos de sal,
Corpo de aço,
Alma de fel,
Vestido de carrocel
Com um cálice nas mãos...
O mundo girando e girando,
Fornalha que consome por dentro,
Os meninos piratas já roubaram seu lençol.
Resta-lhe apenas um teto de nuvens
Num abrigo de outras gentes.
Olhos de sal.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
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2 comentários:
Por uma dessas coincidências loucas da vida, no momento em que teu poema, estava literalmente com os olhos marejados, água e sal. Talvez isso tenha me feito dar a ele uma conotação melancólica, ou não... o que sei é que, melancólico ou não, o poema é de uma beleza única.
Obrigada pelo último comentário que fez em meu blog - ficou ainda melhor que o post, rs.
Beijos, moço.
errata: no momento em que li teu poema.
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