Estava arguto sorvendo as horas
com meus princípios petulantes,
um mero coadjuvante – estorvo.
A faca, aço imóvel, gume atroz, reflete um rosto mudo.
Uma voz concebe veloz mensagens radiofônicas:
cidade saturada, estômago de pedra.
Nas labaredas do dia, pernas, braços, mãos erguidas,
solavancos e despedidas em sintonia fina.
Arranque tuas anáguas, arranque teus palanques,
e faças um broche de amanhâs suaves
como brumas ao vento.
Teu corpo está sedento, tua pele absorve meu corpo-escudo,
tudo é elixir e run.
Pelas bordas do horizonte sigo um semblante de sol
como pássaro errante que sou – vejo o mar além,
que é onde mora meu refúgio.
Jaz aqui, na pedra da alvorada,
uma notícia de jornal:
amanhã, somente amanhã direi.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
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3 comentários:
Cortar o tempo
“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente”
Carlos Drummond de Andrade
abraço fraterno e o desejo de que 2009 seja um ano iluminado para todos nós!!
Conciso, dinâmico.
Muito bom.
A esperança cala e não mente.
Cala e desmente o que não deveria ser dito.
Como fez-me sentir...
Beijos e o desejo de um 2009 cheio de luz e paz, para ti e os teus.
Meu carinho, sempre.
Glória
LIndo poema, Márcio,
TENHA UM EXCELENTE 2009 !
ABRAÇOS, AMIGO,
JULIANA S. VALIS
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