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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A bailarina

Arrasta os peregrinos
Um manto menino, fugaz desatino
Decifrando signos pelos pés desnudos
A pele piedade, aliança endurecida pela canção encharcada
A mão, um risco no ar, desenha alumbramento
Como uma caixa de música
A pedra tocando o pé, rigidez
E maciez que envolve num círculo.
Desata esses nós que prende por dentro
E o verso atroz do menestrel meliante, esfarele.
Seus prisioneiros estão trôpegos e livres
Cobrindo a dor com um véu de embriaguez,
Mas finca os pés no chão, sustenta,
Ora a razão, ora o destino.
Oh, vitrine da vida,
Convida teus paladinos, dança matreira,
A subir essa ladeira de pedregulhos
E joga teus entulhos no céu.
A bailarina dançando esquinas
E equilibrando cumeeiras de argila,
Vento e vestido florido,
Sorriso estampado,
Um palco improvisado pelos olhos da menina.

2 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

Márcio.
Chão. Coisa que se olha, com olhos ampliados pela íris de Drummond.
Estás um primor.

carinho, muito.

Anônimo disse...

MAIS UM BELÍSSIMO POEMA SEU, MÁRCIO, PARABÉNS MESM0 ! ABRAÇOS CORDIAIS DE SUA AMIGA


JULIANA S. VALIS

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