de tanto atender
às preces lá de fora,
quedando-me,
a face ainda nua
descobrindo fragmentos
da rua que ardem
meus soluços,
que amordaçam
meus silêncios,
descubro-me desajeitado
espalhando meus medos
como pequenos cacos de telha
pelo chão.
lá fora,
onde a calçada
foi gasta pelos meus pés,
lá fora
profetizando o agora
com lenço e segredo,
eu vi duas borboletas
alçando vôo pela pausa
dos meus olhos que buscavam
algum azul, algum arrebol
pela tarde gris desse invento
de tingir o meu dia
de chuva e de sol.
terça-feira, 5 de abril de 2011
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2 comentários:
Ficou lindo, Márcio!
Beijo.
Tenho ligações com borboletas que se desfazem no bater de suas asas.
Sempre vejo seus poemas.
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