Todos os versos aceitos
me são, antes, o endereço
onde não hei de morar,
pois um verso é apenas pretexto
para fugir, ir à tona
de algum lugar.
Eu não tenho a paciência
de um predador,
eu tenho é o desespero
de uma caça.
Sobrevivo, sem notar,
e não há nada de notável nisso,
catando meus gravetos pelo chão.
Escrever um verso
não é uma virtude proveniente
de um dom sublime.
Escrever é regar as chagas da alma
com o próprio sangue
que foi profanado,
com o grito que foi arrancado
do mais subterrâneo
silêncio.
GRANDES FAVELAS - meu novo romance
Há uma semana
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