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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Se o amor...

Se o amor que achou era infinito, guarda no seu peito o grito, acaso achar alguém,
outro sorriso que contém no esmalte de um olhar.
Se o amor que achou não terminasse, então figuras de um álbum incompleto
resvalassem sobre o teto
de vidro que se quebra o colorido de um Natal.
Então não fosse separado
o jogo, o braço não aceito,
o embaraço feito uma carta
de baralho embrulhada
em jornal.
O quanto a pressa aperta o passo, o prato limpo,
a mesa composta de ninguém,
na lareira do cômodo
possesso de estar bem.
Eu sei, fui mais feliz
e quem me diz se isso tudo é natural.
Se eu me perder pela alameda, um labirinto feito de papel.
Eu vi qualquer notícia,
a preguiça dispensada de motel, então quando tudo estiver certo, não há mais morte que me arranque desse céu.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Desconexo

Se eu não estou por aqui,
em qualquer lugar eu durmo.
Me assumo num planeta
numa quadra de basquete
sem notar pelo placar.
Se eu não fosse mutante
e usasse alto falante
entraria num disquete
para coagular, com plaquetas,
meus canteiros de girassóis
que não tem lugar pra morar.
Se eu, de repente, me escondo
numa rua repleta de gente e vazio
é que vou fazer uma viagem
para o escombro deixado de seu riso lacônico de despedida
e não vou me achar numa breve pausa, entre o delírio e a náusea.
Se eu não tenho casa
não vou mais de uma vez
ser anfitrião,
não vou me esconder debaixo da asa de uma mariposa.
Talvez eu me dilua na atmosfera de um lírio
e me condense num átomo
escondido atrás da orelha de um livro.

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