do elevador caiu o teto,
aquele arquiteto sofredor
e estava cheio de palavras
mas não falava de amor
o vento ria o seu riso marfim
sem ter lembrança
do cuspe seco que
era bandeira sem seu pendão
do tempo que estava perto
tinha um deserto sem calor
e estava cheio dessas frases
mas tão vazio de amor
a poesia fingia que estava em mim
e nenhuma dança
foi minha paráfrase
de refletir a vida parca sem razão
do corpo que é tão escravo
havia um bravo sem rancor
e estava cheio de grito
mas nem um eco de amor
a rosa ria uma rua sem fim
era uma ânsia de partir
forjava o verbo que estava escrito
na pauta em branco do meu coração
À Van Gogh
Há um mês