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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Do improviso

Para quem ta na rua
a poesia chora e se firma
derrama a verdade crua
que revela toda cisma

o medo, a falta de salário
vem à tona o riso do bruto
o desafio é vocabulário
sob o teto desse viaduto

é a poesia que liberta
o hip hop, a rima como faca
que corta, eis a minha oferta

de arte, que fixa como estaca...

domingo, 22 de setembro de 2013

Num clique

A fome posta
servida em bandeja
A vida exposta
como dentadura
órfã de sorriso

a boca repleta de silêncios

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Vaga-lume

A esperança
voando intermitente
buscando
no breu da noite
uma trilha
que leve ao amanhecer

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O silêncio das coisas

Há um tempo,
deitei minha esperança na rua e,
vestido de banco com meu nome inscrito
em letras recortadas de jornal,
cravei meu endereço
no destino das coisas.

Há um tempo,
vi meu cotidiano se diluindo
em pequenos gravetos
e a existência pedindo abrigo em minha carne:
- neguei!

Há um tempo,
as horas doloridas duram sem cor,
sem lápis, sem palavras
e as dobradiças enferrujadas
abrem janelas
significando horizontes para meus olhos
vestidos de catarata e silêncios da cidade.

Há um tempo,
minha boca houve frase alguma,
meu nariz enxerga cheiro algum,
meus ouvidos sentem luz nenhuma
e da centelha da cor
salivo o gosto do tempo
com seu tamanho indefinido
vestindo meu rosto de vincos

e minha cabeça de insanidade.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ponto de vista

Vista do alto, a imensidão de baixo parece estática, mas ao contrário é uma profusão de carros abrindo trincheiras no asfalto desenhando labirintos pelas ruas e avenidas abastadas de tanta vida vestida de máquina. Pelas calçadas é tanto pé desenhando pegadas invisíveis deixando à mostra uma cortina colorida feita de gente que transita pra lá e pra cá a todo instante. Assim como para quem observa apenas de uma janela lá do alto não vê a grande beleza de quem está embaixo e observa o esplendor de um voo a imaginar pirilampos abrindo tuneis nas nuvens pela noite que cai. A beleza e as possibilidades são pontos de vista de quem sabe enxergar. 

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