Eu vivo,
indescritível e cego,
onde nem há razão,
vazar a perspectiva sem fim
da minha fotografia
espelhada, e branda...
São as traças e os livros
um jardim inútil,
(nem o centeio do inverno)
canteiro de obras obtusas
que em meu coldre veste...
Ah, o tempo da prisão!
Rumina o verme,
o tempo
que desgasta
essa história
de preguiça e pó...
meu osso encapado
de vertigens...
À Van Gogh
Há um mês