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domingo, 19 de outubro de 2014

A onomatopéia dos lírios

Saio à rua,
a ladeira abrupta constrange as pernas.

Saio e recebo o ar
que vem morar meus pulmões
com suas siglas e pecados.

Vem preencher de céu
e alumbramento - vem admoestar-me
de gente, com delírios.

E na alameda dos doentes,
ladear com lírios
a fotografia branca do meu dia.

Saio sem conduta,
calçada descontando
nas minhas solas

essa amputada fração de tempo
que fica tatuada no cimento
com esses passos que deixo.

Saio à rua
conferindo a sombra
que o sol desenha
da silhueta do meu corpo.

Não se revela sorriso.
Não.

Apenas escreve minha caricatura
no chão, que é onde me deito,
ao me construir no mundo.

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